A Plataforma das Organizações da Sociedade Civil (OSCs) de Nampula defende a necessidade de um Diálogo Inclusivo genuíno e abrangente, capaz de restaurar a confiança dos cidadãos nas instituições nacionais e construir consensos para a paz e o desenvolvimento sustentável do país.
Falando em representação da Plataforma, durante o seu discurso de abertura da mesa redonda sobre “Participação da sociedade civil no compromisso político para paz e reformas”, que teve lugar nesta terça-feira, 16 de setembro, na cidade de Nampula, António Mutoa destacou que Moçambique atravessa uma fase decisiva da sua história.
“Depois da luta pela Independência e da transição para o multipartidarismo, o país continua a enfrentar desafios significativos, nomeadamente a desacreditação das instituições que gerem o processo eleitoral, o que tem mergulhado o país em sucessivos conflitos”, afirmou.
Para Mutoa, o diálogo inclusivo deve ser entendido como um espaço de comunicação aberta, respeitosa e significativa, envolvendo diferentes perspectivas para promover entendimento mútuo e soluções colaborativas aos problemas nacionais. “Este processo só será eficaz se conseguirmos despir-nos de preconceitos, egos e complexos que tantas vezes se sobrepõem aos interesses do país”, sublinhou.
Na sua intervenção, o representante da Plataforma das OSCs de Nampula elencou características fundamentais para o sucesso do Diálogo Inclusivo, como o envolvimento de pessoas de diversas origens e culturas, a promoção de escuta activa e empatia, a criação de espaços seguros para expressão, o respeito pelas diferenças e a tomada de decisões de forma partilhada.
António Mutoa alertou ainda para os desafios que o processo poderá enfrentar, incluindo preconceitos, diferenças de poder, barreiras de comunicação e a desconfiança entre os grupos. “O nosso apelo é que este processo vá além da mera conversa e construa um verdadeiro consenso nacional, capaz de garantir um futuro mais justo e próspero para todos os moçambicanos”, disse.
A iniciativa é organizada pelo Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD) em parceria com a Fundação MASC, no âmbito da iniciativa Escolas para Democracia, no contexto do do programa PROCIVICOS financido pela Embaixada da Finlândia em Moçambique, em sinergias com o projecto ProPaz – Cultura para Promoção da Paz, Reconciliação e Coesão Social, financiado pela União Europeia.