A Plataforma Nacional das OSC sobre Mudanças Climáticas (PNOSCMC), defendeu esta posição na quintinta feira, 21 de agosto, durante a IX Conferência Nacional sobre Mudanças Climáticas, organizada sob o lema “Financiamento Climático e Transição Justa”, que teve lugar na cidade de Maputo.
Falando à margem do encontro, o Oficial de Advocacia e Coordenação da plataforma, Zinérsio Sitoe, sublinhou que Moçambique “está na linha da frente da crise climática” e que a resposta deve colocar a justiça climática no centro das políticas.
“Uma transição justa significa que não podemos simplesmente trocar um sistema energético sujo por outro mais limpo, repetindo as mesmas injustiças e exclusões”, afirmou Sitoe, destacando que a mudança deve reduzir desigualdades, criar empregos dignos e proteger os direitos das comunidades mais vulneráveis, sobretudo mulheres e jovens.
O representante da PNOSCMC alertou ainda que o financiamento climático deve ser adequado, acessível e direccionado, com prioridade para investimentos em adaptação, como agricultura resiliente, infraestruturas resistentes a desastres e sistemas de alerta precoce. “Os fundos precisam de chegar a quem mais precisa, de forma desburocratizada e directa”, frisou, acrescentando que a sociedade civil deve ter um papel central na monitoria e prestação de contas.
O evento foi promovido pela Plataforma Nacional das Organizações da Sociedade Civil para as Mudanças Climáticas (PNOSCMC – secretariado pela Livaningo), em parceria com o IMD - Instituto para Democracia Multipartidária, We Effect, Oxfam em Moçambique e WaterAid Moçambique.
A comparticipação do IMD na conferência decorre no âmbito do projecto “Reforçando o Papel de Fiscalização do Parlamento e das Assembleias Provinciais no Sector da Indústria Extractiva e Mudanças Climáticas”, apoiado pelo Ministério Finlandês dos Negócios Estrangeiros através da Demo Finland.
